Os principais municípios produtores, encerram a safra do maracujá azedo para dar lugar ao vazio sanitário, que acontece entre os dias 1º e 31 de julho nos municípios que compreendem a região da Amesc e alguns municípios da Amrec. Isso significa que no referido período não poderá existir nenhum pomar em produção ou plantado, ou seja, todas as plantas devem ser arrancadas. A recomendação técnica é uma das medidas da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, para preservar os pomares da doença do endurecimento dos frutos. A fiscalização do cumprimento do vazio sanitário é de responsabilidade da Cidasc e quem descumprir a portaria ficará sujeito a sanções.
A doença é disseminada pelo pulgão que afeta o vigor das plantas e faz com que o pomar produza frutas de pouco brilho, certa deformidade e em casos mais severos frutas endurecidas e com menos polpa. Uma ação rápida da Epagri, em conjunto com os outros atores dessa cadeia produtiva, resultou no convívio com a doença, sem perda de qualidade das frutas. Para tanto, é preciso que sejam observadas recomendações técnicas que visem preservar todos os pomares da região. Uma dessas recomendações é o vazio sanitário.
O associado Anderson Santos da Silva de Santa Rosa do Sul, destaca os benefícios do vazio sanitário em sua propriedade de maracujá. “Depois do vazio sanitário observamos um aumento na produção e qualidade dos frutos, além da diminuição de doenças virais e pragas. Temos que valorizar essa prática que é fundamental para um cultivo mais saudável e de qualidade na região. Que todos os agricultores façam as podas corretas e deixem este tempo sem nenhuma parreira”, ressalta.
A adoção do vazio sanitário vai além do cumprimento de uma legislação. É uma prática que traz benefícios diretos para a produção, aumentando a rentabilidade e garantindo frutos com melhor aspecto e sabor.
Segundo Diogo Semprebon, assistente técnico de fruticultura da Cooperja, outro cuidado que precisa ter é com as mudas, que devem ser produzidas em abrigos com anti-câmara e tela anti-afídeos, em bom estado de conservação, para impedir a entrada de pulgões potencialmente transmissores do vírus. “É de fundamental importância que as mudas saiam do viveiro com um bom porte e vigorosa, para antecipar a colheita. A antecipação de desenvolvimento, diminui os danos no pomar, pois a virose tem afetado os pomares mais fortemente a partir do mês de janeiro, sendo assim, é muito importante que as plantas já tenham boa carga de frutas nesta época” adianta Semprebon.
As denúncias de não cumprimento do vazio sanitário devem ser feitas pelo fone 0800 6446510 ou pelo site da Cidasc ou em um escritório da companhia no município.
A partir do dia 1º de agosto os pomares de maracujá podem voltar a ser cultivados no Estado de forma comercial.