O governador Carlos Moisés da Silva (PSL), após a leitura da mensagem anual aos deputados, nesta terça-feira (3), enalteceu, em entrevista coletiva, a aproximação entre o Executivo e o Legislativo catarinense após um ano conturbado politicamente e da pandemia do Covid-19. Ele confirmou que enviará uma minirreforma administrativa e uma proposta de reforma da previdência estadual que será construída em parceria com o Parlamento. “A construção conjunta, entre o Governo do Estado e o Parlamento, pode apontar os melhores destinos para nosso Estado, dividindo responsabilidade, ouvindo os parlamentares”, disse.
Sobre a reforma da previdência, o governador reforçou a necessidade, lembrando que Santa Catarina tem um déficit anual de R$ 5 bilhões e o atual modelo não vai se sustentar. “Não queremos acompanhar alguns estados que se inviabilizaram financeiramente, com a piora desses números”, justificou Moisés. “O nosso governo não vai se beneficiar com a reforma que estamos propondo hoje, nem a próxima gestão. É um ato de responsabilidade dos deputados e dos poderes envolvidos”.
Antes do envio da reforma da previdência, o governador adiantou que será encaminhada uma minirreforma administrativa. Adiantou que a articulação para privatização dos portos de São Francisco do Sul e de Imbituba, com a possível extinção da Santa Catarina Parcerias, a SC-Par, empresa estadual que administra os portos, em parceria com o governo federal, integra o movimento desta minirreforma que será encaminhado à Assembleia Legislativa.
“Essa minirreforma é para relocar algumas estruturas do governo que entendemos que podem melhorar que ainda tratam do mesmo tema, onde há ainda algumas diretoras, algumas pastas e secretarias executivas, que deverão ser extintas, então vamos relocar esses cargos. É um pequeno ajuste pontual, de competências, e a partir daí construir novas pautas em parcerias com os deputados.”
O governador também falou sobre a compra de 200 respiradores ao preço de R$ 33 milhões, que não foram entregues. Lembrou que somente a Secretaria da Saúde compra aproximadamente R$ 1 bilhão por ano em medicamentos e de insumos e que é fato que essa compra de 200 respiradores precisa ser explicada e que os responsáveis precisam ser apontados. “Essa é a posição do governo. O nosso governo não tem compromisso com erro e assim vamos buscar respostas para que o catarinense saiba de fato o que aconteceu”, afirmou.
Em relação a mais mudanças em secretarias e diretorias do seu governo, com a participação de parlamentares, o governador afirmou que são possíveis novas alterações.
“A participação de parlamentares, se não diretamente, pelo menos na composição do governo, com a indicação de profissionais que tenham de fato envergadura para estarem à frente dos cargos públicos. Esse é o compromisso que assumimos com o Parlamento de acolher eventuais indicações, mas nunca nos afastarmos da forma republicana que o nosso governo atua. Sem compromisso com erro, apurando qualquer erro, tendo pessoas à frente da máquina pública que sejam honestas e que tenham cuidado com o dinheiro público.”