A fórmula é simples e já teve sua eficácia testada (e aprovada) nas eleições de 2020: o máximo de candidatos ao legislativo, com o objetivo de arrebanhar os votos cansados dos partidos tradicionais e, assim, reunir números suficientes para eleger aos menos um representante para a próxima legislatura.
Mesmo com a consciência de que a onda de renovação vem perdendo sua força, alguns partidos menores estão se organizando para vir com tudo nas próximas eleições estaduais.
PRTB já tem coordenadores regionais
Sob o comando do seu fundador e presidente nacional Levy FIdélix e do presidente estadual Gustavo Machado, o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) já vinha planejando as eleições estaduais antes mesmo de 2020. A decisão do partido de participar do pleito no máximo de municípios catarinenses já objetivava apresentar a sigla ao eleitorado, preparando o terreno para 2022.
O foco é tanto que, poucos dias depois das eleições municipais, presidentes nacional e estadual já passavam as congratulações a eleitos e não eleitos, de modo a garantir que a dedicação continuasse em alta entre os novos filiados.
Depois do descanso de fim de ano, o PRTB estadual reuniu figuras de destaque para escolher quem vai liderar o processo com vistas a 2022. Entre os coordenadores regionais aqui do extremo sul, estão o vereador sombriense Adriano Magrão e o candidato a prefeito em Balneário Gaivota, Marcelo Fontoura.
Ampliação das bases
Em conversa com Adriano Magrão, além de confirmar que o PRTB se organiza para as eleições estaduais, o vereador informou que o partido pretende colocar pelo menos um nome na disputa à Assembleia aqui no extremo sul.
Com diretórios formados em apenas três municípios (Araranguá, Sombrio e Gaivota), o PRTB superou os dez mil votos para o executivo, mas pôde medir a temperatura e comprovar que o partido pode vir a receber o voto dos descontentes com os tradicionais, principalmente MDB e PP.
Segundo divulgado há alguns dias pelo colega jornalista João Carlos Silva, lideranças de São do Sul se organizam para criar um diretório do PRTB no município. De acordo com vereador e coordenador Adriano Magrão, conversas estão sendo feitas com vários municípios vizinhos. “Os trabalhos estão sendo feitos para que, possivelmente, estejamos muito fortes e com crescimento em todos os municípios”, explica.
Nomes em destaque
Se o objetivo é o maior número de candidatos para, consequentemente, obter o número de votos suficientes para eleger ao menos um deputado estadual, é sensato observar que alguns nomes já estão em destaque na corrida eleitoral.
Em Araranguá, por exemplo, Ricardo Guelere obteve 7.050 votos, quase 20% dos votos válidos. Já em Sombrio, Clodoaldo Patrício também teve participação fundamental no pleito, com 2.927 votos, 17,57% do eleitorado válido.
Preocupação para os tradicionais
Assim como o PRTB, certamente outros partidos menores utilizarão a fórmula de inundar a eleição com candidatos em busca dos votos sem dono. E essa decisão já está deixando velhos caciques da política tradicional de cabelos brancos.
Nomes já conhecidos vão pensar duas, três, quatro vezes antes de encararem a briga por votos que está se anunciando. MDB, PP, PSDB, PT… vão ter que se reinventar. Certamente, novos nomes serão apresentados por estas siglas, na tentativa de convencer os eleitores a voltar seu olhar para a pessoa, deixando os partidos em segundo plano.