A prefeita de Sombrio, Gislaine Cunha, pode ter atravessado apenas os primeiros trinta dias de seu governo, mas uma certeza ela já tem: o Democratas tornou-se o fiel da balança de sua gestão. E, sabe o que é pior (para os governistas)? Os líderes do DEM sabem disso.
De uma sigla praticamente inexistente no município à terceira força política de Sombrio em menos de dois anos. Essa foi a conclusão a que chegaram os Democratas em sua reunião de avaliação das últimas eleições, realizada esta semana.
Muita estratégia e um pouco de sorte
Desde que deixaram as fileiras de outros partidos – principalmente do PP -, as lideranças que formaram o DEM de Sombrio se articularam visando e torcendo por um único e grande objetivo: decidir a eleição. Aliás, não ter se acertado com o Democratas para disputarem as eleições municipais do mesmo lado, provavelmente foi o maior lamento dos progressistas.
Pleito vencido pela coligação, um candidato a vereador eleito e a terceira maior votação por partido do município – depois de PP e MDB -, o DEM soube exatamente qual era sua posição no cenário político municipal, conferindo-lhe o direito de exigir a presidência da Câmara de Vereadores logo no primeiro ano, mesmo com um vereador bastante jovem.
Resultados satisfatórios
Executiva do Democratas esteve reunida na quinta para avaliar os resultados das eleições de 2020. Dentre os destaques da avaliação, a conquista dos 10% dos votos válidos, já que a diferença que deu a vitória à Gislaine foi de apenas 4,71%.
O DEM fez o 9º vereador mais votado, Gean Albino, com 409 votos, mas a conquista da presidência da Câmara deu-se principalmente devido à capacidade de articulação de suas lideranças.
Basta uma pequena leitura dos vereadores aliados da prefeita para perceber que o Democratas é o seu calcanhar de Aquiles. Chico do Maracujá, Jonas D’Ávila e Dimi são do MDB, mesmo partido de Gislaine; Rafael é do PL, partido na qual a atual prefeita estava antes de ser candidata e a quem ainda rende homenagens; João Roseno é do PDT, vereador mais pacato da atual legislatura, em um partido sem grandes pretensões. Sobra, então, o jovem Gean, que desde o início esteve blindado pela atuação de dois ou três nomes que têm pleno conhecimento dos meandros políticos do município.
Voto de minerva
Assim, com cinco vereadores comprovadamente de oposição e outros cinco que muito provavelmente jamais abandonarão a proteção governista, Gean Albino e o Democratas são o voto que pode realmente estragar o dia de um governo ou o fazer navegar em águas tranquilas. O tempo vai dizer qual o clima desse relacionamento.
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